Motoristas de aplicativo devolveram 160 mil carros por causa da queda no serviço, dizem locadoras
Motoristas de aplicativo devolveram 160 mil carros por causa da queda no serviço, dizem locadoras
Os aluguéis de veículos despencaram no Brasil com o avanço da pandemia do coronavírus. Só entre os 200 mil carros alugados para motoristas de aplicativos, aproximadamente 160 mil já foram devolvidos desde o início da quarentena, há 2 meses.
A justificativa é que a redução da procura pelo transporte gera uma dificuldade para que profissionais arquem com os custos dos aluguéis.
Nesta sexta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro negou a ampliação do auxílio emergencial de R$ 600 para esses profissionais.
A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) afirma que “há um movimento das locadoras para auxiliar a retomada desses profissionais do volante entre seus principais clientes de aluguel de automóveis”, como descontos para os trabalhadores de apps.
Até o começo do ano, as locadoras eram o destino de uma parte considerável das vendas diretas que veículos, aquelas feitas sem o intermédio de lojas, e que estavam ganhando cada vez mais espaço no ‘bolo” total.
Esse crescimento estava sendo puxado tanto por aluguéis como pela revenda dos veículos usados dessas empresas. No caso dos aluguéis, o “boom” dos aplicativos ajudou a turbiná-los.
Esse crescimento estava sendo puxado tanto por aluguéis como pela revenda dos veículos usados dessas empresas. No caso dos aluguéis, o “boom” dos aplicativos ajudou a turbiná-los.
Ao todo, hoje as locadoras têm 997.416 veículos emplacados distribuídos entre motoristas de aplicativos, frotas de empresas e o público em geral, diz a Abla.
Com a pandemia, todos os segmentos de aluguéis tiveram baixa, segundo a associação. Entre as locações diárias, que podem ser feitas por qualquer pessoa, a queda é de 90%. A locadoras têm 480 mil veículos destinados para esta modalidade, mas 430 mil estão parados.
O menor impacto foi sentido entre os contratos mensais, como os chamados “carros por assinatura’ (aluguéis por prazos mais longos de veículos zero quilômetro, comprados direto das montadoras pelas locadoras) e os de terceirização (alugados para frotas de empresas).
Neste caso, a redução foi de 20%, mas as locadoras têm sofrido com inadimplência e pedidos de renegociação por parte dos clientes. A associação não disse quantos pedidos foram feitos.
Aluguel como serviço essencial
Considerado serviço essencial pelo governo federal, o aluguel de veículos não recebe a mesma classificação na maioria dos estados brasileiros, segundo a Abla. Apenas 5 seguem a recomendação: Distrito Federal, Espírito Santo, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Para o presidente da associação das locadoras, Paulo Miguel Jr., a permissão para um funcionamento mesmo que parcial poderia amenizar a situação do setor.
Ele atenta para a possibilidade do atendimento de atividades essenciais, como hospitais, laboratórios e poderes públicos, pelos carros das locadoras – que precisam manter a manutenção em dia.
“As pessoas que ainda necessitam circular e que tenham condições podem alugar carros para fazer o deslocamento, para evitar a contaminação”, justificou Paulo Miguel, dizendo ainda que esse tipo de serviço não gera aglomeração.
Ele também se queixou da falta de ajuda do governo federal para as empresas do setor, ao contrário de outros países no mundo. “Ninguém consegue os financiamentos a taxas aceitáveis para manter a operação”, disse, sobre medidas anunciadas pelo governo federal.
Para a sobrevivência dos aluguéis, as locadoras têm como hábito a transferência de parte de suas frotas entre estados e municípios de acordo com aumento ou queda sazonais da demanda pelo serviço.
Risco de desemprego
O presidente da Abla afirmou que, até o momento, as locadoras têm conseguido administrar a crise com medidas do governo, como a postergação de tributos e a suspensão de contratos de trabalho.
Até o final de 2019, o setor empregava 75.104 pessoas em 10.812 empresas. Ainda não há dados sobre quantos trabalhadores foram dispensados ou afetados por medidas trabalhistas.
“O que a gente vai ter, efetivamente, daqui para frente, é um desemprego generalizado no setor”, disse Paulo Miguel Jr, apontando para a falta de caixa das empresas para manter a estrutura sem o funcionamento das atividades.
“O que a gente vai ter, efetivamente, daqui para frente, é um desemprego generalizado no setor”, disse Paulo Miguel Jr, apontando para a falta de caixa das empresas para manter a estrutura sem o funcionamento das atividades.
Ainda é cedo para medir o impacto e fazer previsões sobre questões financeiras, mas o executivo afirmou que, em meados de abril, o faturamento do setor pode ter caído entre 70 e 80%.
Com isso, deverá aumentar é a idade média da frota, dos atuais 14,9 meses para 18 a 20 meses, já até o final de 2020.
Vendas diretas
São incluídas na modalidade de vendas diretas as compras feitas por empresas diretamente das fabricantes, ou seja, de veículos destinados a locadoras e frotas, ou em outras operações feitas por concessionárias, como pessoas com deficiência (PCD), taxistas e produtores rurais.
Mesmo com a queda do mercado pela pandemia, a participação desse tipo de venda aumentou em 2020, segundo a Fenabrave. Das 51.362 unidades emplacadas de automóveis e comerciais leves em abril deste ano, 50,57% foram para vendas diretas – ou seja, em torno de 26 mil.
No mesmo período de 2019, a participação foi de 46,83%. Ou seja, das 221.292 unidades emplacadas, cerca de 104 mil foram para vendas diretas. A queda em relação aos períodos foi de 75%, menos do que os quase 77% dos números gerais de emplacamento das categorias correspondentes.
Vendas ou emplacamentos?
Em abril, os emplacamentos caíram 76% em relação ao mesmo período de 2019. Isso não quer dizer, no entanto, que as vendas tenham caído na mesma proporção.
A confusão nas definições pode ser explicada porque uma venda não significa, necessariamente, um emplacamento. As fabricantes, por exemplo, afirmam que os números reais do mercado podem ter sido “mascarados”.
Com isso, deverá aumentar é a idade média da frota, dos atuais 14,9 meses para 18 a 20 meses, já até o final de 2020.
Vendas diretas
São incluídas na modalidade de vendas diretas as compras feitas por empresas diretamente das fabricantes, ou seja, de veículos destinados a locadoras e frotas, ou em outras operações feitas por concessionárias, como pessoas com deficiência (PCD), taxistas e produtores rurais.
Mesmo com a queda do mercado pela pandemia, a participação desse tipo de venda aumentou em 2020, segundo a Fenabrave. Das 51.362 unidades emplacadas de automóveis e comerciais leves em abril deste ano, 50,57% foram para vendas diretas – ou seja, em torno de 26 mil.
No mesmo período de 2019, a participação foi de 46,83%. Ou seja, das 221.292 unidades emplacadas, cerca de 104 mil foram para vendas diretas. A queda em relação aos períodos foi de 75%, menos do que os quase 77% dos números gerais de emplacamento das categorias correspondentes.
Vendas ou emplacamentos?
Em abril, os emplacamentos caíram 76% em relação ao mesmo período de 2019. Isso não quer dizer, no entanto, que as vendas tenham caído na mesma proporção.
A confusão nas definições pode ser explicada porque uma venda não significa, necessariamente, um emplacamento. As fabricantes, por exemplo, afirmam que os números reais do mercado podem ter sido “mascarados”.
Do G1 Auto Esporte
Foto: Fabio Tito/G1
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